Quando o encontrei naquela esquina mal freqüentada não pensei que seria o estranho perfeito. Só aos poucos e muito lenta.mente é que fui percebendo que era, na verdade, o meu sonho de uma noite de verão, primavera, outono, inverno... O moreno quente do sorriso fácil e do corpo quente.
Eu, que sempre procurei um príncipe bom – e sempre achava só o encanta.dor - , acabei me identificando com o lobo mau das noites devassas. Hoje eu sei que era exatamente a mistura que eu precisava ingerir: doses generosas desse lobo-príncipe.
Penso que os príncipes estão batidos demais. Muito lero-lero, pouca ação. Nós, mulheres, queremos uma mistura de príncipe – homem educado, inteligente... Com o lobo – aquele que te come, morde, te pega de jeito, sem aviso. Tem que ser inteligente, senão não cola. Afinal, quando não estivermos fazendo sexo com o lobo, com quem poderemos debater nossas idéias? É aquela coisa que já falei – ir do intelecto ao sexo – não necessariamente nessa ordem.
Pois bem, achei um estranho perfeito pra comer meus suspiros e minhas palavras, e por extensão, meu corpo. Sem me sufocar. Afinal, o lobo não fica ligando no dia seguinte querendo saber se você gostou da transa, ou se vão se ver de novo, etc. Não é sexo descompromissado não. É compromisso com o sexo.
Se rolar algumas poesias, cantos, contos e desvarios literários será perfeito. Desde que não se apaixone a ponto de ficar paranóico com o sentimento e esquecer que no momento o que preciso é de sexo. Nu, cru, sujo, luxuriento, dolorido, enlouquecedor... Mas SEXO. Porque o sentimento embota a razão.
Bem, é isso. Agora vou preparar um banho quente, óleos aromáticos, uma camisola de seda macia... Amaciar o sexo com meus dedos insanos, ficar preparada pra receber meu lobo-príncipe, que logo chegará faminto.
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