terça-feira, 2 de junho de 2009

***SEXO NA ESTAÇÃO DE ESQUI - VANCOUVER***


Inverno de 2007 - Estação de Esqui - Vancouver

Triste, pensava na vida. Precisava evadir, sair dali, curtir sua dor silenciosamente e longe de todos que a conheciam.

Num ataque de determinação, comprou passagem para Vancouver. Lá, bem longe, na neve, esquiando, seu coração se aquietaria.

É tão bom quando podemos deixar tudo, sem olhar pra trás, sem pensar que há alguém que você ama, e que pensa em você. Veronik pensava assim. Tinha se apaixonado novamente, e pelo visto, pelo homem errado.

Parecia ter um ímã que fazia com que homens misteriosos e desconfiados, gostassem dela. E ela, jogava-se com tudo dentro da paixão. Seria capaz de viver intensamente um grande amor. Possuía o péssimo e perigoso hábito da cessão. Cedia, sempre, quando amava. Isso fazia com que esquecesse de si mesma. Quando se ama incondicionalmente nos contentamos com tão pouco!

Nik – seu apelido, não era uma mulher estonteante, bonita, que inspirasse a primeira vista, desejo nos homens. Mulheres bonitas chamam a atenção pelos atributos físicos, mas ela chamava a atenção pela inteligência aliada a um lindo sorriso.

Não avisara ninguém sobre sua partida. Ficaria apenas quatro dias fora, quem sentiria sua falta? No momento, sem namorado, sentia-se vazia.

Tinha um affair com um moço que morava distante dela, mas nem o conhecia de verdade. Já tinham se falado por telefone, trocado e-mails apaixonados, mas sentia muitas vezes um distanciamento dele no que se referia as coisas pessoais, a sua vida.

Bem, cada um tenta se resguardar da melhor maneira quando já se sofreu muito. Fechar-se é uma dessas maneiras.

Então nem pra ele avisou que viajaria. Muitas vezes enviava e-mails pra ele sem ter resposta de todos, e se demorava a mandar notícias ele mandava um sintético ‘Mande notícias, o que tem feito?’

Saíra do hotel e recebeu o vento frio em seu rosto. Tão bom e refrescante. Ajudaria a acalmar o coração que fervia, com as emoções em plena ebulição.

Foi à loja de equipamentos para esquiar, pegou tudo o que precisava e partiu para as montanhas. Do teleférico, olhava a imensidão branca, o céu nublado, e tudo aquilo a fazia sentir-se mais solitária ainda. Era isso que queria? Ficar sozinha...? Muitas vezes a boca fala de coisas que nada tem a ver com o coração. Tipo o clichê: ‘da boca pra fora’.

Ao olhar toda aquela brancura, imaculada, linda... Lágrimas vieram-lhe aos olhos. Sentia-se triste sem mesmo ter motivo real. Faltava-lhe alguém? Um amor que soubesse corresponder-lhe com a mesma intensidade? Talvez...

Esquiou por horas. Queria deixar o corpo extenuado, cansado, quem sabe assim dormiria como pedra e pararia de pensar tanto em sua vida pessoal.

Há dias vinha tendo insônia. Ficar acordada nas madrugadas tornara-se corriqueiro e comum. Seu coração almejava por um companheiro. Não algo pra se chamar de ‘seu’ mas pra compartilhar.

Ao voltar pro hotel, resolveu ir pra piscina aquecida, relaxar os músculos. Era incrivelmente delicioso descansar ali, tantos vapores, água quente e a paisagem gélida contrastante. Perfeito.
Não havia ninguém ali, talvez porque fosse hora do jantar. Só então sentiu o estômago roncando. Logo depois do relaxante mergulho comeria algo.

Esqueceu da hora, divagando, navegando em seus pensamentos. Quando abriu os olhos viu o quanto havia escurecido. Assustada com a hora avançada, e com a possibilidade de o restaurante já ter fechado. Não queria ficar sem comer, o serviço de quarto não era tão bom quanto o buffet. Gostava de estar entre o burburinho das pessoas enquanto comia, porque não se sentia tão só.

Saiu apressadamente da piscina sem tomar cuidado. Escorregou! Quando achou que tinha quebrado algo, percebeu que não havia caído no chão, alguém a pegara. Fora tudo num ápice, o escorregão, a queda que não houve... E o homem alto, maduro, que a pegara.

Agradeceu sem graça, e ele sorriu-lhe com os olhos. Perguntou se ela permitiria que a acompanhasse, pois estava trêmula pelo susto passado.

Ele a apoiava, e iam falando sobre amenidades, se esquiara muito, se estava gostando do hotel, quantos dias ficaria, se havia jantado. Não? Então poderiam comer fondi de queijo e um bom vinho.

Os olhos enigmáticos dele chamaram a atenção de Nik. Bem mais velho que ela, aparentando ter seus cinqüenta e cinco anos mais ou menos. Perfume delicioso. Provavelmente Tabac Original... Não tinha nada a perder, não tinha ninguém a esperá-la mesmo e, adoraria conhecer um pouco mais este homem galante, perfeito cavalheiro. Dicção impecável, sotaque delicioso. Morava em Madrid, e por coincidência ela possuía apartamento lá.

Combinaram de encontrar-se na sala da suíte dele. Ele estava hospedado na melhor suíte do hotel. Ela escolhera uma menor, pra não sentir-se tão sozinha. Dali meia hora batia na porta da suíte de Alf.

Como ele era lindo! Sempre gostara de homens mais velhos, porém sentia que ele tinha algo muito especial.

Fez uma promessa pra si mesma, ali na porta. Faria com que essa noite fosse diferente, queria sentir-se feliz e plena.

Entre vinho e fondi, conheciam-se um pouco. Ele falava várias línguas, bem viajado. Viúvo há anos, dedicara-se a escrever e sempre visitava Vancouver. Não pra esquiar, só pra ver a neve, que amava.

Ao oferecer a Nik mais vinho, já meio altinha pelo álcool [não tomara nem duas taças de vinho, talvez estivesse desacostumada com a bebida], derramara vinho, apenas algumas gotas em seu colo. Alf pediu desculpas afoito, e inconscientemente secou-lhe com o guardanapo. Foi a vez de Nik, meio desastrada como era, dar um pulo e derrubar a taça toda de vinho no colo.

Riu sem graça e ele também, da vergonha dela. Levou-a ao banheiro, para que e pudesse secar-se, e deu-lhe um roupão. Perguntou se queria tomar um banho, tinha toalhas de sobra e a banheira estava cheia. Pois sempre passava um tempo na banheira antes de dormir.
Ela, num ataque de insensatez disse que sim, mas só se ele a acompanhasse.

Alf enrubesceu, meio sem graça. Não havia dúvida que ela despertava-lhe desejo, mas era bem mais velho. Mas os dois eram adultos, descompromissados, e ele assentiu.

Nik nem queria raciocinar, senão sairia correndo. Despiu-se rapidamente e entrou na banheira cheia de espuma. Só se ouvia o barulho da hidro. Ele entrou na banheira após ela, com um frasco de óleo pra banho nas mãos.

Como se conhecessem há muito tempo, ele colocou-a de costas entre suas pernas e começou a massagear-lhe as costas, a nuca. Que mãos...Grandes, firmes. Sabiam onde tocar. Sentiu-se feliz, desejada.

Na languidez que sentia nem sabe precisar como ele começou a beijar-lhe e mordiscar o lóbulo de sua orelha. Gemendo baixinho, foi se entregando...Sentia toda a excitação dele contra suas nádegas.

Nik virou-se e fez com que ele sentasse no degrau da banheira redonda. Sua boca precisava senti-lo. Arrancou gemidos roucos daquele homem que ela nem conhecia. Sua boca conseguia queimar-lhe a pele, o membro cada vez mais latejante.

Afastou-a gentilmente, colocando-a de frente para si, com as pernas entrelaçadas. Não suportava mais a urgência em penetrá-la. Ela também sentia essa necessidade, como se um vazio tivesse que ser preenchido. Ele entrava nela de maneira carinhosa, vagarosa.

Nik jogou a cabeça pra trás oferecendo-lhe seus seios. Ah! Como ansiara por uma boca quente como a dele. Sugava-a deliciosamente, mordiscava-a com ternura, e como nenhum homem fizera. Gemia e se retorcia sobre ele.
Os movimentos cada vez mais intensos. E com a água quente se movimentando com eles, isso os excitava mais ainda. Soltou um grito profundo, e mordeu o ombro dele... Alf apertou-a ainda mais e juntos sentiram a explosão do orgasmo chegar.

Derretida sobre seus braços fortes ela pensou: ‘vou tirar o mês todo de férias’. Ele sorriu-lhe como se tivesse lido sua mente. Pegando-a no colo, levou-a para a cama.

Nik fechou os olhos enquanto ele a secava. Não queria abrir os olhos e acordar daquele sonho.
Enrolou-a no cobertor junto com ele. Mais uma sessão de carinho começara.
LadyM

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Um comentário:

Sejam muito mal-intencionados! Beijos tântricos!