quinta-feira, 7 de maio de 2009

***LOUCURAS NUMA NOITE DE SEXO EM SP***




Conheciam-se a menos de dez dias, mas parecia já ser há anos. Ela estava completamente apaixonada e sentia saudades dele a todos os momentos. Achava-se louca por sentir esse tipo de coisa. Ele era um artista e como todos os artistas, tinha que ter suas musas, para que pudesse ter inspiração. Ela adoraria ser sua musa inspiradora. Dizia que a amava.

Ela se derretia ao ler seus e-mails. O dia ficava mais alegre, mais iluminado. Lia e relia os textos que ele havia escrito, em sua página na internet. Achava-o muito culto, inteligente, e todas as maiores qualidades que um homem pode ter quando estamos apaixonadas.

Ela dizia ter saudades, ele replicava: ‘Venha a SP! Estou te esperando!’

Difícil sair assim, no início do ano, as aulas haviam começado, como deixar tudo, assim, tão derrepente? Olhou nos calendários das Universidades de SP, pra poder ver se algum congresso estava para acontecer, alguma coisa que pudesse ser um motivo para pedir dispensa no trabalho em prol de uma qualificação.

Cansada de tanto procurar, já ia fechar uma página quando viu que haveria um ‘Colóquio de Literatura’ na USP. Perfeito! Fez a inscrição rapidamente e em menos de uma hora, até a passagem estava comprada.

Parecia estar em meio a um turbilhão de emoções. Apenas dois dias a separavam de encontrá-lo. Disse a ele que iria, ele quase não acreditou, trocaram os telefones, ela disse a que horas seu vôo chegaria e aonde iria se hospedar.

Quando deu por si, estava chegando a SP. Ele dissera a ela, que desfaria todos seus compromissos, cancelaria qualquer outra coisa que pudesse atrapalhá-lo, e que iria esperá-la no Aeroporto.

Desembarcou. Pegou suas malas e ao sair no portão ficou sem saber o que fazer, pois ela nunca o tinha visto, nem em foto, nem nada. Para ela isso nem fazia diferença, independente da beleza, era a química que eles já tinham. E isso... Ah... Isso era o que importava.

Viu um moço alto, branco, de um metro e oitenta de altura, óculos escuros, vindo em sua direção, com um sorriso largo. Ele tirou os óculos, olhou-a bem nos olhos e disse: ‘Deixe-me te olhar bem, não quero nunca mais esquecer este sorriso’. A abraçara e ela sentia as pernas mais moles do que gelatina.

Ele era muito educado, sabia que ela estava apavorada, sentia. Só deu um beijo no rosto dela e seguiram para o carro. Ela estava deslumbrada. Se ela já o amava sem o ver, agora é que iria morrer de paixão. Ele era lindo. Branco, olhos castanhos, cabelo fino, dando sinais de uma leve calvície precoce. Ele tinha 26 anos. Ela, mais velha que ele três.

Ele não a levou ao hotel. Disse que iriam a casa dele. Sua mulher viajara e ele gostaria de mostrar a casa para ela.

Pararam em frente a uma casa típica paulista. Grades de ferro, varanda na frente, plantas. Ele abriu a porta, convidou-a pra sentar, ofereceu algo pra beber e pegou em suas mãos perguntando se poderia lhe dar mais um abraço.

Abraçaram-se e o desejo dela era tanto, que mordeu de leve sua orelha. O cheiro dele inebriava, enlouquecia. Ela estava parecendo uma gata no cio. O agarrou, empurrou-o ao sofá e sentou com as pernas abertas sobre ele. Beijavam-se com sofreguidão. Ouviam-se apenas os gemidos dos dois. Pareciam-se perder em suas bocas. Queriam descobrir sua anatomia. Estavam sedentos um do outro.

Ela deslizou a mão para o zíper da calça dele. Ele não esperava dela essa atitude, assim tão rápido, que soltou um gemido de prazer rouco e profundo quando ela começou a acariciar-lhe com a língua, com os lábios, com mordidas carinhosas. Conseguiu dizer a ela com voz rouca, que nunca imaginara uma boca tão quente daquela maneira. E ela sorria. Sentia tanto prazer quanto ele, sentia sua pele incendiar-se com seus gemidos roucos.

Alucinados, foram se despindo da sala até o quarto. Ela estava irreconhecível, cabelos cacheados revoltos e um brilho intenso no olhar. Achava loucura fazer amor com ele ali, naquela cama, aonde ainda restara um pouco do perfume de sua frígida mulher. Ele a derrubou na cama e começou a beijá-la desde os pés até a pélvis. Foi desvendando-a com uma lentidão que parecia mortal.

Proporcionou-lhe um prazer indescritível com sua língua habilidosa. Ela se contorcia na cama como se estivesse em brasas. Segurava-se para não gritar. Já tinha chegado ao orgasmo duas vezes, e queria senti-lo, agora! Ele a possuiu como um amante terno e apaixonado. Apesar de estarem loucos de prazer, ele conseguiu segurar-se até sentir que iam chegar ao clímax juntos. Desta vez não conseguiram mais abafar os gemidos de prazer. Gritos roucos, primitivos, saiam de suas bocas.

Quedaram-se abraçados. Exaustos. Já passava das 4 da manhã. Ainda bem que ela ligara no hotel avisando que só iria pela manhã. Sentia um amor tão grande por aquele homem desconhecido, que nunca achara ser possível sentir. Abraçada a ele lágrimas de felicidade plena escorriam do seu rosto. Nada mais seria como antes. Agora, tudo iria mudar. Ele deixara marcas indeléveis no seu corpo. Quando será que o veria novamente?

Tomaram um banho, rindo muito, pois ela tinha uma leve queda de cabelo e ele brincava dizendo que teria de aspirar toda a casa, a procura de algum cabelo preto, longo e cacheado.
Tomaram café juntos, ele levou-a ao hotel. O 'Colóquio 'seria de apenas um dia, então a noite voaria novamente para longe da sua paixão.

Não conseguiu aprender nada. Não comeu, não bebeu. Pensava naquele homem alto, branco, de olhos maravilhosos e em seus beijos abrasadores.

Ao ver a cidade de SP tão pequenina, chorava de tristeza por não poder fazer e desfazer em sua vida. Ele também se entristecera, mas sabia que não tanto quanto ela. Nós mulheres, sofremos muito mais que os homens, somos mais apaixonadas e choramos com facilidade. A dor da separação era quase palpável, seus suspiros eram doloridos.

Nunca mais o viu. Falavam-se apenas por e-mail, MSN, esporadicamente ele ligava pra ela. Fora o sonho de uma noite quente em SP.

Quatro anos se passaram e nunca esqueceria aquele homem, seus gemidos, sua boca.
Dia desses se encontraram no MSN. Estava feliz em saber que iria a SP no fim do ano, fazer um curso de férias. Então poderiam novamente perder-se um no outro. Ao se despedir dela disse ‘Te amo!’

E o fogo da paixão que há quatro anos estava adormecido, reascendeu-se.

=]

2 comentários:

  1. BOM TEXTO...
    PARABÉNS, COMO PODERIA DEIXAR DE ELOGIAR UM CONTO ASSIM? NUNCA... NÃO IRIA PRIVAR-ME DE DIZER-LHE QUE AS EMOÇÕES E SENTIMENTOS DESPERTADOS, SÃO INTENSOS E ENLOUQUECEDORES!

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  2. Excelente texto. Gostei do apontamento romântico do finalzinho.

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Sejam muito mal-intencionados! Beijos tântricos!