segunda-feira, 18 de maio de 2009

***SEXO NO ELEVADOR EM PANE***



Suas amigas estavam cansadas de implorar que publicasse seus escritos. Mas ela, sempre reticente, dizia que não, que escrevia só por brincadeira e pelo prazer de ler. Mas de tanto falarem, conseguiram que pelo menos publicasse um texto por semana num dos grandes jornais da cidade.

Toda semana, escolhia um texto que mais gostava (já havia muitos escritos) e levava num café, na esquina com a Quinta Avenida e sentava-se à espera dos outros autores de contos; agora seus colegas de trabalho. Eram quatro. Ela; uma moça polonesa, radicada há anos ali e dois rapazes. O namorado nova-iorquino da polonesa e ele... Um indiano de voz acariciante. Quando falava, suprimia os ‘s’ das palavras e aquilo a deixara apaixonada desde o primeiro dia que falara com ele.

Ela, com pouco mais de 30 anos, tinha um relacionamento estável, apesar de não ter filhos, e gostava(?) da vida que levava. Até conhecê-lo, nada de novo ou diferente deixava com que a harmonia do seu relacionamento fosse quebrada.

Quando o viu pela primeira vez, ele estava cantando baixinho uma de suas músicas. Quase não conteve o impulso louco de beijá-lo. Não conseguia entender o que estava acontecendo. Sempre tão centrada, ajuizada, parecia estar tendo uma crise de loucura depois da adolescência (época das atitudes impensadas).

Agora ali, no café olhava de soslaio para ver se ele chegaria antes dos outros. Sentia uma excitação tão grande, que o mínimo roçar de suas saias entre suas pernas já a deixavam louca. Sabia muito bem que ele era casado, tinha filhos e dizia adorar a vida que tinha em comum com sua esposa, há quase 20 anos. Ele tinha 42 anos e era misterioso. Nunca falava sobre nada além do seu amor pela família e dos escritos sobre guerra (tema preferido dele). A chuva fina e gelada não servia de nada para apaziguar seu interior. Seria capaz de ter um colapso se ele chegasse e a olhasse indiferente, com aqueles grandes olhos aveludados.

Ele chegou vestindo um sobretudo marrom, que o deixava mais másculo ainda. Cumprimentou-a e sentou-se, com o cigarro na mão, e sugeriu que esperassem dez minutos apenas, pois Richard, o outro colega escritor, dissera que se demorasse alguns minutos, que os dois fossem encontrá-los no prédio da Sede do Jornal. Fitavam-se sem dizer palavra. Ela sentia a face quente e seu coração acelerado. Não conseguia entender como aquele homem, só de olhá-la mexia tanto com seu corpo.

Não era hipócrita de pensar que estava amando. Sabia que era química pura. Amava seu companheiro e depois de conhecer o indiano, fazia amor, mas nunca estava satisfeita. Seu corpo queria ser explorado por outras mãos e nunca se saciava.

Foram então ao prédio, começava a anoitecer, tudo muito calmo àquela hora. O pico de movimentação era sempre pela manhã. Entraram no elevador e ela apertou o botão referente ao 41º andar. Nenhuma conversa, nenhum olhar mais profundo, nada entre eles, além do silêncio. Ninguém entrara depois do 20º andar e quando chegavam ao 40º aconteceu.

A pane. O elevador simplesmente parou. As luzes se apagaram e ela, ali parada, como que grudada nas paredes do elevador. Morria de medo que algum dia acontecesse aquilo, pelos menos não estava sozinha. Ele parecia um deus de pedra. Nenhum sentimento dava-se a perceber naquele rosto.O celular dele tocou, atendeu e virou-se para ela e disse: ‘Um cabo de força se rompeu. Teremos que esperar pelo menos 2 hr’.

Não conseguiu responder, apenas foi escorregando para o chão e sentou-se. Imaginava como seriam longas essas 2 hrs...Ele nem conseguia manter um dialogo com ela de mais de 5 minutos. Imagine de uma ou duas horas?

Mais impressionada ficou quando ele sentou-se ao seu lado , a abraçou e começou a cantarolar aquela mesma musica que ela nunca sabia decifrar o que estava sendo dito. Alguns minutos se passaram e não se lembra como, ele a levantou num só movimento e a esmagou com seu corpo de ferro na parede do elevador. Não dizia palavra, apenas ouvia-se a linguagem dos corpos. Ah... Era tudo o que ela desejara... Mãos de aço percorriam seu corpo de cima a baixo despertando emoções há muito adormecidas.

Ele fazia com que seu corpo parecesse uma harpa. Sabia tocá-la e tirar dela a música mais antiga da humanidade. Melodias inesquecíveis, selvagens e desconhecidas, até então, faziam-na quase desfalecer de tanto prazer.

Chegaram ao clímax juntos por muitas vezes naquelas poucas horas ali dentro do elevador. Ela se sentia lânguida, feliz e saciada pela primeira vez desde que o conhecera. Fora tudo tão rápido! Desde a pane, até os beijos suculentos ao fim do coito...

Começaram a ouvir estalidos. A luz voltara! Recompôs-se tão rápido quanto pôde. Quando fechava o último botão do sobretudo (como se fosse para guardar bem guardado o calor que sentia do corpo dele em si) a porta se abriu. E várias pessoas os esperavam.

Seu companheiro de anos correu e abraçou-a. E a esposa do indiano fez o mesmo com o marido. Ainda pôde ouvi-lo dizer que pensara nela os mais de 100 minutos que ficara preso ali. Era a única coisa que se lembrava antes de desmaiar.


LadyM

=]

Um comentário:

  1. Há avarias que v~em por bem...lol
    não me importava nada de ter ficado presa assim ...
    Beijos saborosos

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Sejam muito mal-intencionados! Beijos tântricos!